Da arte domesticada ao corpo vigiado / Graça dos Santos

Da arte domesticada ao corpo vigiado / conferência de Graça dos Santos

Terça-feira, 2 abril de 2019, 15:00
Aula Magna da FBAUP

Entrada Livre

 

Evocar a vida artística portuguesa contemporânea implica pensá-la segundo a fronteira temporal do antes e depois do 25 de Abril de 1974. Veremos como o dispositivo de vigilância e de censura imposto pelo Estado Novo condicionou os espíritos, tendo um impacto direto na liberdade de criação dos artistas e nas suas representações do corpo físico e social. Com a democracia desapareceram as comissões de censura e a polícia política, mas como desconstruir um sistema de persuasão destinado a agir duradouramente sobre as mentalidades? Será que com a democracia os artistas conquistaram total liberdade de expressão? A partir de exemplos das várias artes analisaremos um passado recente em comparação com a extrema atualidade em que nem todas as imagens do corpo são ainda aceites.

Graça dos Santos é Professora Catedrática na Universidade Paris Nanterre onde dirige o CRILUS (Centre de recherches interdisciplinaires sur le monde lusophone); é investigadora associada no Centre d’Histoire Culturelle des Sociétés Contemporaines (Université Versailles St Quentin en Yvelines) onde codirige desde 2001 com Jean-Claude Yon o Seminário de investigação “Histoire du spectacle vivant XIXe et XXe siècles”, na Société d’Histoire du Théâtre, Bibliothèque Nationale de France, Paris. É docente no DPIP (Doutoramento Patrimónios de Influência Portuguesa) do CES /Universidade de Coimbra. Os seus trabalhos estudam em particular a ditadura salazarista e a censura. Encenadora, actriz e professora de teatro, escreve sobre as noções de corpo físico / corpo social, sobre as representações cénicas do corpo e do povo. Tem vários artigos publicados sobre a história do espectáculo europeu e sobre o teatro português; é autora no Dictionnaire encyclopédique du théâtre à travers le monde (Dir. Michel Corvin), Bordas, Paris 2008. Publicou Le spectacle dénaturé, le théâtre portugais sous le règne de Salazar 1933-1968 (CNRS Éditions, Paris 2002) editado em português na Editorial Caminho (2004). Em 2018 publicou Miguel Torga, le dialogue inassouvi, essai d’analyse de son œuvre dramatique (Peter Lang, Bruxelles). Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian (Serviço de Belas Artes) entre 1983 e 1986 (formação em estudos teatrais na Universidade de Paris III – Sorbonne Nouvelle) e entre 1992 e 1996 (Doutoramento na Universidade Paris Nanterre). Cofundadora da companhia Cá e Lá (Compagnie bilingue français/portugais) tem desenvolvido um trabalho específico sobre o ator bilingue e sobre as conexões teatro e ensino das línguas. É diretora de Parfums de Lisbonne – Festival d’urbanités croisées entre Lisbonne et Paris cuja 32ª edição decorre entre junho e julho de 2019.

ORG: Departamento de Artes Plásticas/i2ADS

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